Cansaço, desânimo, resfriados constantes, irritação, insônia, falta de apetite, lesões constantes, entre outros sintomas que surgem quando você está em processo de treinamento podem significar algo mais grave: a síndrome do overtraining é um conjunto de 3 ou mais dos sintomas descritos e é mais comum do que se pensa, pois não está restrita apenas a atletas de alto rendimento, mas também atletas amadores e até mesmo usuários de academias.
Mas o que é a Síndrome do Overtraining?
Essa Síndrome é uma condição complexa do organismo, caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas, em resposta a um planejamento inadequado do treinamento esportivo ou prática constante de exercícios físicos.
Caracterização
A síndrome do overtraining ocorre por uma disfunção do eixo hipotálamo-hipófise devido a um estresse repetitivo de natureza física ou psicológica, o que contribui para uma desordem neuroendócrina, fator principal de sua patogênese. Essa síndrome é normalmente acarretada por grandes volumes e ou altas intensidades sem um período de recuperação adequado. Um exemplo desse desequilíbrio está no uso inadequado de intervalos, não ocorrendo uma sinergia ideal entre a recuperação dos batimentos cardíacos e o início dos tiros.
Sintomas
Fatores referentes ao treinamento e também por fatores da rotina comum como o estresse podem desencadear a síndrome, sendo o principal sintoma do overtraining a queda do desempenho que pode persistir até após um período de treinamento leve e de descanso total. Normalmente o indivíduo afetado por esse processo encontra uma grande estagnação física e posteriormente mental.
Desconfie se apresentar simultaneamente alguns dos sintomas abaixo:
- fadiga crônica generalizada
- distúrbios do humor
- confusão mental e depressão
- aumento do índice de enfermidades e lesão
- perda do apetite
- aumento da freqüência cardíaca de repouso
- infecções e gripes
- distúrbios do sono
- desinteresse pelo treinamento
- perda de peso
- pressão arterial elevada
- distúrbios gatrointestinais
- dificuldade na recuperação dos estímulos
Ressalto que o diagnóstico do overtraining é muito complicado, ainda não existindo nenhum critério exato. Geralmente os médicos e treinadores tendem a buscar outras doenças antes que a confirmação seja feita. Apesar do overtrainning ter sido descoberto na década de 1970, muitos aspectos específicos ainda não estão claros patologicamente e fisiologicamente, dessa forma são encontradas inúmeras situações com diferentes sintomas.
Fatores causadores e agravantes da síndrome
Muitos acreditam que a intensidade do treinamento seja a principal causa do overtraining, porém muitas pesquisas têm demonstrado que o aumento do volume (quantidade) é mais propício a trazer resultados negativos . Em 2003, Simões e colaboradores realizaram a análise do comportamento dos hormônios testosterona e cortisol e a sua relação com o volume e a intensidade do treinamento de corredores velocistas e fundistas, comparando a razão testosterona/cortisol antes e depois de um mesociclo de treinamento eles descobriram que:
- Fundistas com treinamento de maior volume apresentavam maior incidência de queda na razão testosterona/cortisol;
- Velocistas que realizaram treinamentos de menor volume e maior intensidade demonstraram menor incidência de queda na razão testosterona/cortisol.
Os pesquisadores concluíram que a razão testosterona/cortisol é mais influenciada negativamente pelo volume do que pela intensidade do treinamento.
A mensuração periódica das taxas de hormônios esteróides como testosterona (anabólico) e cortisol (catabólico) são freqüentemente analisadas com o objetivo de indicar se o treinamento está induzindo ou não a uma resposta adaptativa. Uma a queda maior que 30% nos valores de repouso pode significar uma incompleta recuperação dos estímulos impostos, indicando uma possível predisposição a overtraining.
Paralelo aos sintomas fisiológicos, alguns aspectos psicossociais agravam o desenvolvimento da síndrome de overtrainning, como conflitos com treinadores e colegas, medo de competições, noites de sono ruins, relacionamentos familiares e sociais e ocupações problemáticas do dia a dia.
Tratando a Síndrome
Apurado o diagnóstico, o mais importante a se fazer é:
- Interromper o todo o treinamento ou prática de atividade física, durante um período que pode durar de semanas a meses.
- Ingerir alimentos de alto valor nutritivo e uso de suplementos vitamínicos.
Previna-se
Previna-se
- Respeite o descanso. Acredite, ele faz parte do treino e é tão importante quanto ele.
- Se possível, faça um hemograma completo (anemias também podem provocar cansaços constantes, assim como altas taxas de LDL, ou o chamado colesterol ruim no sangue) e verifique suas taxas de cortisol e testosterona (homens).
- Sempre comunique a seu treinador sobre como está se sentindo: no geral, algumas fases da preparação exigem mais do atleta, portanto, torna-se natural se sentir mais cansado em uma semana específica. Mas se o cansaço persistir e você (ou seu treinador) observar piora no rendimento entre outros fatores associados ao overtraining , fique atento.
- Não faça nada além do que está na planilha. Acredite no trabalho de seu treinador. Se não o tem, procure um profissional qualificado, que realmente entenda do esporte que você pratica.
IMPORTANTE
Ressalta-se que é inquestionável que a homeostase fisiológica necessita ser “quebrada” quando se fala em evolução do treinamento e alcance dos objetivos ao qual esse se destina. Entretanto, um descanso adequado deve ser oferecido com objetivo de favorecer a completa recuperação e conseqüentemente uma melhora na performance. Por isso que reconhecer o estágio em que o anabolismo supera o catabolismo favorecendo as adaptações fisiológicas e saber reconhecer o momento exato ideal da supercompensação é muito importante.
- Se possível, faça um hemograma completo (anemias também podem provocar cansaços constantes, assim como altas taxas de LDL, ou o chamado colesterol ruim no sangue) e verifique suas taxas de cortisol e testosterona (homens).
- Sempre comunique a seu treinador sobre como está se sentindo: no geral, algumas fases da preparação exigem mais do atleta, portanto, torna-se natural se sentir mais cansado em uma semana específica. Mas se o cansaço persistir e você (ou seu treinador) observar piora no rendimento entre outros fatores associados ao overtraining , fique atento.
- Não faça nada além do que está na planilha. Acredite no trabalho de seu treinador. Se não o tem, procure um profissional qualificado, que realmente entenda do esporte que você pratica.
IMPORTANTE
Ressalta-se que é inquestionável que a homeostase fisiológica necessita ser “quebrada” quando se fala em evolução do treinamento e alcance dos objetivos ao qual esse se destina. Entretanto, um descanso adequado deve ser oferecido com objetivo de favorecer a completa recuperação e conseqüentemente uma melhora na performance. Por isso que reconhecer o estágio em que o anabolismo supera o catabolismo favorecendo as adaptações fisiológicas e saber reconhecer o momento exato ideal da supercompensação é muito importante.