terça-feira, 16 de agosto de 2011

Qual a melhor opção: correr em esteira ou na rua?

Algumas pessoas preferem a facilidade da esteira quando estão iniciando um treinamento (ou se recuperando de uma lesão) ou quando os horários de treinamento não permitem que se saia para correr na rua. Já algumas pessoas acham um suplício correr pelo tempo que for, por achar que a hora não passa, por suar demais ou por puro tédio.
Afinal, qual a melhor opção? Será que há diferenças entre correr na esteira e na rua? E no que se diz respeito à demanda energética, ao impacto e a biomecânica?

Se a pessoa está iniciando um treinamento e só tem como tempo livre a hora do almoço, após a rotina de trabalho ou tarde da noite, ou mora em um local onde não haja local compatível para treinar, a esteira é uma boa opção, pois treinando em uma academia se tem toda a segurança. O  controle sobre o esforço é maior,  pois se pode manter uma velocidade contínua na esteira, algo que muitas vezes é inconstante no solo, por conta das oscilações de altimetria e terreno.

 Do ponto de vista energético, existem vários estudos comparativos publicados que trazem algumas evidências que apontam que correr em esteira não se muda a energia requerida para a locomoção, quando comparada com a obtida no solo. Apesar disso, é aceito que a variabilidade das respostas metabólicas seja menor em esteira, provavelmente devido ao controle das condições ambientais em situações laboratoriais (diga-se pela manipulação da velocidade), fato nem sempre possível ao ar livre. Há ainda outros fatores que podem ainda ser adicionados no ponto de vista energético, entre eles pode-se citar a resistência gerada pelo vento ao se correr na rua, que pode dificultar a vida do corredor.

Do ponto de vista biomecânico, pode haver alterações observadas entre o pisar na esteira e no solo. Isso porque na esteira o sujeito pode adaptar o estilo de aterrissagem do pé, fazendo com que o pé aterrisse em uma posição mais reta do que durante a corrida no chão. Essa estratégia pode promover um toque do pé na esteira que é percebido pelos corredores como mais estável do que no solo, mas de qualquer forma, as variações também podem ocorrer também na esteira, dependendo da velocidade, do estilo de aterrissagem individual do atleta e do tipo de calçado utilizado.
O impacto sobre as articulações é menor em esteira que no solo, em torno de 10% a menos.

Todos os métodos de treinamento podem ser efetuados em esteira (fartlek´s, intervalados e contínuos) e pode-se ter um controle maior do esforço. Porém correndo na rua, a simulação de uma condição de prova é maior, justamente por alternar terrenos, velocidades e condições climáticas.
O importante continua sendo não esquecer-se de que ao efetuar os treinamentos em ambas as opções, hidratar-se corretamente é fundamental. Na esteira a sensação de desidratação pode ser maior se o ambiente não tiver arejamento suficiente.  Não se deve esquecer também de fazer um breve aquecimento (para evitar lesões) e na volta a calma, evitando-se parar abruptamente, sendo na esteira para evitar tonturas e diminuir os batimentos cardíacos e na rua também como forma de diminuir os batimentos. 

Referências


Transição caminhada -corrida: considerações fisiológicas e perspectivas para estudos futuros – Wallace David Monteiro e Cláudio Gil Soares de Araujo – Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Novembro, 2001  

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