sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Porque emagrecemos até certo ponto?

Quantas pessoas iniciam uma dieta, sofrem com a restrição de alimentos, perdem peso e depois recuperam tudo (ou mais ainda) novamente? E quantas são as que vivem na eterna briga com a balança, entram e saem de dietas por toda a vida, e queixam-se de que cada vez torna-se mais difícil emagrecer? Porque nosso corpo simplesmente não estaciona naquele tão sonhado peso? Ou então porque ele não acata o esforço da pobre que “penou” tanto para perder tão pouco peso (novamente recuperado após voltar à rotina)?

Porque dietas não funcionam por muito tempo? 

O processo de emagrecimento não tem nenhuma novidade: ingerir menos do que se gasta é sinônimo de perca de peso. Isso todo mundo já sabe. Mas então porque após um tempo fazendo dieta a pessoa simplesmente pára de emagrecer?
De acordo com a teoria do set-point, o corpo possui uma espécie de "auto-regulação" para a massa corporal que difere daquela que o sujeito que o gostaria de ter. Os estudiosos que defendem essa teoria argumentam que cada pessoa tem um mecanismo interno de controle – provavelmente localizado no hipotálamo – que leva o corpo a se manter num determinado nível de gordura corporal. Quando se diminui a quantidade de calorias gastas por dia, inicialmente ocorre a perda de peso, entretanto, o organismo adapta-se a esta redução, diminuindo o gasto calórico, dificultando a perda de peso e a dieta deixa de funcionar. Por exemplo, se um indivíduo tem um gasto de 2.000 calorias diárias e passa a gastar apenas 1.000 através de uma rigorosa dieta, rapidamente ele perde peso, após 5 semanas o organismo adapta-se a um gasto de 1.000 calorias/dia. O maior problema dessa adaptação fisiológica é que o corpo habitua-se a gastar apenas esta quantidade calórica para sobreviver durante muito tempo. No caso do indivíduo resolver passar para uma dieta menos rigorosa, que inclua ingestão de 1.500 calorias diárias, ao invés de emagrecer, ele irá, efetivamente, engordar 500 calorias/dia. Quanto mais dietas a pessoa fizer, mais resistência o corpo adquire e por isso que se perde cada vez menos peso - e se ganha mais rápido - após cada tentativa.


Lipoaspiração não engana o cérebro

 Parar de comer simplesmente não dá certo, não é mesmo?! Mas então, como driblar esse tal set-point e manter o tão sonhado peso conseguido com tanto esforço?
Algumas pessoas apelam para a lipoaspiração, que resolvem o problema de uma maneira mais rápida. Porém existe um problema: a pessoa não pode ganhar peso novamente, pois se ganhar, todo o excesso vai ser depositado justamente na área que foi “aspirada”. Tudo isso porque nosso corpo possui esse mecanismo regulador do nível de gordura corporal, que determina a porcentagem que deve permanecer existente em todas as regiões do corpo. Ou seja, retirando gordura em determinada região, o corpo vai desesperadamente tentar repor de novo e aí, se não houver controle da dieta, a lipo pode ir  por água abaixo” rapidinho.


O que fazer então para driblar o setpoint e manter o peso a longo prazo?

 Agora, se a pessoa não quer viver se restringindo o resto da vida, a opção a longo prazo mais saudável de se perder peso é com a redução de ingestão calórica e prática de atividades físicas.
Isso porque quando falta energia no organismo, ele precisa retirá-la de algum lugar, e é assim que o indivíduo emagrece. Grande parte da energia obtida é retirada dos depósitos de gordura. Porém, o organismo não gasta apenas gorduras, mas também proteínas. Os indivíduos que passam a fazer uma boa dieta supervisionada e também exercício físico orientado conseguem evitar a perda protéica, ganham massa muscular e aumentam o consumo calórico reduzindo os depósitos de gordura. Assim se consegue o ideal, fortalecer o organismo e provocar a perda de gordura. A longo prazo, com mais massa muscular e condicionamento físico, o metabolismo fica mais “acelerado” e aprende a utilizar mais a gordura como fonte de energia durante as atividades físicas, poupando a  utilização dos carboidratos,  que serão utilizados em outras funções orgânicas mais importantes.  


Um lembrete importante 

Não existem fórmulas mágicas para o organismo, o peso corporal ideal resulta da combinação de uma dieta hipocalórica balanceada e atividades físicas regulares em níveis apropriados. O gasto calórico durante essas atividades varia com a intensidade do exercício e com o peso do indivíduo. Indivíduos mais pesados consomem mais calorias do que aqueles leves para o mesmo trabalho. E indivíduos que sempre foram obesos durante a vida necessitam de um programa de atividade física e dieta controlada por toda a vida, justamente para não deixar que o setpoint aja e a pessoa retorne a obesidade novamente.
Lembro sempre que antes de iniciar qualquer dieta e atividade física é essencial a orientação de um profissional especializado em nutrição, atividade física e controle de peso, e um profissional na área de educação física, para que se obtenha resultados satisfatórios com base num planejamento de restrição calórica e atividades físicas corretas para determinado caso.

Fontes: http://www.saudeemmovimento.com.br : Calorias realmente engordam?
http://www.drashirleydecampos.com.br – Aspectos Genéticos da obesidade

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